Ladra mas não morde: Daniel Silveira para de fugir do STF

31/03/2022 (Atualizado em 31/03/2022 | 16:38)

Daniel Silveira ao deixar seu gabinete rumo ao plenário da Câmara, após passar a noite no local – Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Daniel Silveira ao deixar seu gabinete rumo ao plenário da Câmara, após passar a noite no local – Foto: Pedro Ladeira/Folhapress


Com a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que o deputado bolsonarista Daniel Silveira (União Brasil – RJ) tenha as contas bloqueadas para garantir o pagamento de multa diária de R$ 15 mil enquanto não colocar a tornozeleira eletrônica, o parlamentar disse que iria cumprir a decisão.

Nesta quinta-feira (31), ao invés de colocar o equipamento, ele participou de cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, ao lado de ministros de Jair Bolsonaro (PL). Está batendo perna, cumprindo agenda e gerando material para suas redes sociais sem usar a tornezeleira eletrônica. Ou seja, segue descumprindo a determinação judicial sem que nada aconteça.

Após a sequência, Moraes determinou que o equipamento seja colocado às 15 horas, na sede da Polícia Federal, em Brasília.

Desde a última terça-feira (29), Silveira tenta se safar do monitoramento. O uso da tornezeleira imposto por Moraes foi justamente por conta dos sucessivos descumprimentos de decisões judiciais, como não se encontrar com outros investigados no inquérito das milícias digitais. Todas ignoradas por ele.

O bolsonarista é réu no STF por ameaçar a Corte e seus ministros. Depois do tumulto que causou esta semana, também se tornou réu por desobediência judicial.

Seguindo a cartilha bolsonarista no Planalto, transitou entre deputados aliados ao governo e autoridades entre conversas e selfies.

Leia também: Com medo do STF, deputado Daniel Silveira usa Câmara para se esconder

Silveira faz Câmara de esconderijo

De terça para quarta, usou a Câmara como esconderijo, onde alegou que não poderia ser alvo da medida pelo o Parlamento ser inviolável. Porém, após uma nota dúbia, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), afirmou à GloboNews, que a colocação da tornezeleira não poderia ser feita dentro do Plenário durante sessão.

Na tarde de quarta, policiais foram até o gabinete de Silveira e tentaram cumprir a medida. Mas ele se recusou novamente a colocar o equipamento. À noite, após dizer que cederia, foi para casa.

No mesmo dia, o ministro do STF determinou que Lira “indique dia, horário e local para a efetivação do monitoramento eletrônico do réu Daniel Silveira”.

Também determinou que o presidente da Câmara adote as medidas necessárias para que o pagamento da multa diária seja descontada diretamente no salário do bolsonarista.

Com informações do g1 e Estadão

Fonte: Socialismo Criativo