Em Montenegro, setor industrial aponta principais gargalos para o desenvolvimento da região

22/03/2022 (Atualizado em 25/03/2022 | 10:48)

Foto: Reprodução
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Ocorreu em Montenegro na tarde desta segunda-feira (21), o oitavo debate regional sobre o cenário da indústria gaúcha e os principais gargalos enfrentados que prejudicam o desenvolvimento econômico do Estado. Os principais problemas apontados pelo setor industrial da região do Vale do Taquari, que envolve 51 municípios, são a falta de mão de obra e de capacitação, dificuldades com logística e infraestrutura com relação a necessidade de ampliação da RS 124, alta carga tributária e principalmente a burocracia excessiva, especificamente as dificuldades na liberação da Licença Ambiental por Compromisso – LAC, que aguarda julgamento pelo Supremo Tribunal Federal.

Todas estas questões estão sendo debatidas através de audiências públicas regionais promovidas pela Comissão Especial da Indústria CEI-RS e pela Frente Parlamentar da Indústria FPI-RS, da Assembleia Legislativa, ambas presididas pelo deputado Dalciso Oliveira (PSB).


RADIOGRAFIA REGIONAL
Na atividade,  todo o cenário foi avaliado através da apresentação de uma radiografia da indústria e dos cinco eixos da Plataforma de Compromissos para um Brasil Industrial: visão regional, parlamentar e governamental. O economista da Unidade de Estudo Econômicos da Fiergs, Giovani Baggio, fez uma fala destacando a importância da indústria para a economia como um todo, já que os fatores determinantes para todos os países que se tornaram desenvolvidos, foram a industrialização e participação nos mercados globais.


O estudo aponta que a indústria representa 20,5% do PIB do Brasil (R $1,3 trilhão), e tem efeito multiplicador, ou seja, para cada 1 real produzido na indústria, 2,43 são gerados na economia, ajudando no setor de serviços e comércio. A importância da indústria no desenvolvimento do país é percebida também através do índice que revela que 80% das exportações vêm da indústria. Ela também é uma grande geradora de tributos, sendo responsável por 32,9% da arrecadação de tributos federais (R $297 bilhões). Gera 9,7 milhões de empregos formais (20,9% do total de trabalhadores), com remuneração média alta, qualificação e condições de trabalho adequadas.


O Rio Grande do Sul é uma importante engrenagem na indústria brasileira. O estudo revela que a indústria responde por 6,8% do PIB do Brasil (R $94,6 bilhões). Já na economia do RS a parcela da indústria é de 22,5% do PIB.
Baggio apresentou o perfil da indústria da região Vale do Taquari que, com 584 mil habitantes, representa 5,1% da população gaúcha. A indústria da região gera um PIB de R $10,2 bilhões (10,8% do PIB industrial do RS), e representa 38,4% do PIB total da região. São 3800 estabelecimentos industriais, sendo os principais nos setores de alimentos, metal, bebidas, móveis, couro e calçados. A indústria da região emprega 73,9 mil trabalhadores e é responsável pela arrecadação de R $2,3 bilhões de ICMS por ano. Estudo também mostra que a indústria de transformação da região exporta U $2,3 bilhões por ano.


FALAS
Anfitrião da atividade, o presidente da ACI de Montenegro e Pareci Novo, da empresa Montepel Centro de reciclagem - Indústria de Reciclagem de Sucatas, João Batista Garcia Dias, enfatizou que a associação sempre é parceira na construção de políticas públicas que incentivem o empreendedorismo, visem o progresso. E para isso é necessária a revisão de impostos, agilização dos processos, das licenças e investimentos em infraestrutura para manutenção de rodovias. "Assim é que tornaremos o RS realmente atrativo", frisou.


Vice-presidente da FIERGS na Região do Vale do Taquari, proprietário do Grupo K1, de Tupandi, detentor das marcas Kappesberg, Uz Utilidades, Idélli Ambientes e My Home, Celso Thiesen, falou principalmente das demandas referentes a logística nas pequenas cidades do interior do Vale do Caí e Taquari. E também pontuou problemas com os órgãos ambientais que dificultam o desenvolvimento da indústria no RS. "Há muitas amarras que entravam nos processos de licenciamento".


Para o coordenador do Conselho de Articulação Parlamentar (COAP) da Fiergs, Cláudio Bier, todos os encontros da Comissão estão sendo fundamentais para ouvir as demandas do setor e tratar das ações urgentes para melhorar o ambiente de negócios. "A comissão está dando visibilidade à indústria, que tem papel essencial no desenvolvimento. Precisamos que estes debates resultem em uma política industrial para além de governos e de suas ideologias. Que nos ajude a enfrentar as dificuldades do custo Brasil. Infelizmente, temos visto apresentação de projetos que em vez de estimular têm prejudicado os setores produtivos".


Dalciso finalizou a atividade informando que o relatório dos trabalhos da Comissão será entregue até o dia 11 de abril e servirá para contribuir para reindustrialização do Estado. "O objetivo do trabalho da nossa Comissão Especial é unificar ações em prol de uma política industrial estruturada e transversal, envolvendo todos os setores produtivos e contribuir para elevar a competitividade da economia como um todo".


PRESENÇAS
Presentes na atividade também o vice-presidente da Fiergs, diretor da Conservas Oderich, Marcos Oderich, , o diretor -presidente da Construtora Zagonel, José Zagonel, Secretário Municipal de Industria e Comercio de Montenegro, Cristiano Rosenthal Braatz, , o Diretor de Indústria e Comércio da Prefeitura de Montenegro , Andre Luis Klein Fernandes, o presidente da ACI de São Sebastião do Caí, Thomas Oderich, o Presidente do Grupo Vibra, Gerson Muller, o sócio da Doc Center, Claudio Gilmar Ritter, o Coordenador de Educação Profissional do Colégio Sinodal Progresso, Cesar Miguel Monteiro da Silva, o diretor da Celebra Alimentos, Aristides Inácio Vogt,  o diretor da Bortoluzzi Comércio de Exportação, Gilberto Luiz Bortoluzzi,, o diretor da Bebidas Fruki, Julio Eggers, e o diretor do Conselho, Nelson Eggers. E também os deputados da Comissão, Beto Fantinel, que é relator, e Faisal Karan, vice-presidente.


 

Fonte: Daniela Miranda/Ascom dep. Dalciso Oliveira