General Santos Cruz ataca Bolsonaro: “criminoso, traidor, e covarde”

28/01/2022 (Atualizado em 28/01/2022 | 12:51)

Foto: Divulgação/PR
Foto: Divulgação/PR


O general Carlos Alberto Santos Cruz afirmou, em entrevista publicada na revista Istoé nesta sexta-feira (28), que Jair Bolsonaro (PL) “é um traidor” e que “destruiu a direita e o conservadorismo”. Antigo aliado do presidente, o militar passou a criticar duramente Bolsonaro desde que saiu do governo.

“Bolsonaro sempre foi covarde. É uma característica dele. Um momento em que isso ficou perceptível foi no Sete de Setembro, quando o presidente fez um chamamento popular, uma bravata absurda na Avenida Paulista. Pouco tempo depois, chamou outra pessoa para escrever meia página para se desculpar”, destacou em uma das muitas respostas sobre o antigo aliado.

Ao ser questionado sobre o recente episódio em que Bolsonaro ameaçou expor dados de técnicos da Anvisa que aprovaram a imunização de crianças no Brasil, Santos Cruz voltou a disparar contra o antigo aliado.

“Uma barbaridade e uma canalhice total. Órgãos técnicos como a Anvisa existem exatamente para fazer com que a sociedade não fique à mercê apenas de decisões políticas. Expor os servidores é uma coisa criminosa”, disse o militar.

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Ainda sobre Bolsonaro, Santos Cruz afirmou que o ex-capitão foi o responsável por ‘destruir a direita e o conservadorismo’ no Brasil, assim como teria feito ‘o PT com a esquerda’.

O ex-ministro do governo disse ainda se sentir ‘traído’ pelo ex-capitão e, assim como o novo aliado Moro, justifica sua participação no governo alegando ter sido ‘enganado pelo discurso’ de Bolsonaro.

Santos Cruz também condenou as milícias digitais comandadas por Carlos Bolsonaro. “Uma verdadeira gangue virtual, composta também por pessoas extremistas, que gostam desse populismo barato que Bolsonaro faz”. Além disso, falou sobre a covardia de Bolsonaro ao mencionar a tentativa de um golpe, em 7 de setembro do ano passado, em que ele ameaçou e depois recuou.

Sobre a impopularidade do presidente, ele apontou as razões. “As pessoas estão se conscientizando do despreparo de Bolsonaro para a função, marcado pelo populismo e pela vigarice política”, disse. O general também afirmou que Bolsonaro prejudica a imagem das Forças Armadas.

Vice de Moro?

Santos Cruz foi, por menos de seis meses, o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência (Segov). Agora, ele articula apoio à candidatura do ex-juiz Sergio Moro com militares de alta patente que não estão mais “fechados” com o chefe do Executivo federal.

Recentemente, ele se filiou ao Podemos, partido de Moro, o que levantou a hipótese de que poderia ser o vice na chapa do ex-juiz. Em novembro, o general confessou a repórteres que tem a intenção de disputar algum cargo eletivo em 2022.

Com Carolina Fortes

Fonte: Socialismo Criativo