Na quarta parte da entrevista especial do ex-deputado federal Beto Albuquerque para os 21 jornais regionais da sigla, o pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSB RS ressalta os problemas fiscais que o Rio Grande do Sul tem enfrentado na última década e o que deve ser feito para que o Estado volte a crescer e a valorizar os servidores públicos que - nos últimos governos - sofreram com o atraso/corte de salário.
O socialista, que tem como uma de suas principais bandeiras a educação, segue na luta para que o funcionalismo do RS tenha uma vida digna, com reajuste salarial de acordo com a inflação e benefícios em dia.
Confira:
PSB/RS
– Muito se fala em equilíbrio fiscal do Estado e os últimos governos
trabalharam para isso sem sucesso. Como colocar em dia as contas públicas e
retomar o crescimento levando em conta os impactos da pandemia na economia?
Beto Albuquerque - A receita pública do Estado tem sido há décadas menor que a média nacional. Isso significa que tem alguma coisa errada na nossa produção, ou com algum segmento econômico, ou com menos ou mais competitividade de um sobre o outro. Quando a receita é uma das menores do país, alguma coisa não vai bem. Ainda mais em um estado que tem uma carga tributária bastante significativa – eu diria até exagerada - em alguns casos, em função de seus desafios.
Nossa dívida com a União, que neste momento está suspensa por uma liminar do Supremo Tribunal Federal, já acumula mais de R$ 17 bilhões pelo período de cerca de cinco anos em que não é paga. É preciso apostar em uma renegociação com o governo federal de forma muito bem articulada em favor do Rio Grande do Sul. Precisamos voltar ao equilíbrio sem a insegurança de que a liminar possa ser derrubada e tenhamos que pagar R$ 300 milhões por mês. O Estado precisa ser competitivo, oferecer assessoria técnica para a agricultura familiar.
Não precisamos atrapalhar aquilo em que o Rio Grande do Sul é potência, como o agronegócio e a pecuária. Ao contrário, precisamos incentivar para que o setor seja cada vez mais referência, fortalecer a nossa indústria, a indústria de transformação, a metalomecânica, a automotiva. Precisamos levar energia aos rincões do Rio Grande do Sul para que lá também possa haver processo de agroindústria, de industrialização da nossa produção. Creio que desta forma a gente vença a crise estrutural. Não dá mais para aceitar a velha conversa de que é preciso cortar salários do servidor, vender o patrimônio e de que só este é o caminho para voltarmos a ser um estado forte.
A partir de 2023, precisamos começar a entregar alguma coisa
importante aos servidores da educação, segurança e saúde que são as três
indelegáveis tarefas do Estado. Não há tarefa mais relevante e importante do
Estado a fazer que não cuidar dessas três áreas. Chegou a hora da gente devolver
todo o esforço que, nestes últimos dez anos, foi exigido do servidor público, tratado
como o vilão quando, na verdade, eu acho que ele é muito vítima da incapacidade
do Estado reorganizar sua economia, tornar-se mais competitivo e ultrapassar a
média nacional em termo de arrecadação, sem aumentar a carga tributária.
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Fonte: Ascom PSB RS