No RS, Lula entrega unidades habitacionais e reforça papel do SUS para oferta de saúde de qualidade

01/07/2023 (Atualizado em 01/07/2023 | 09:22)

Foto: Ricardo Stuckert (PR)
Foto: Ricardo Stuckert (PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou, nesta sexta-feira (30), 446 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida no município de Viamão. No total, 1.784 pessoas serão beneficiadas. As agendas do presidente Lula na Rio Grande do Sul foram acompanhadas por diversas lideranças do PSB, como o presidente estadual Mário Bruck, o presidente da Fase-RS, José Stédile, o vice-presidente nacional de Relações Institucionais, Beto Albuquerque, e o vice-presidente nacional da CTB, Vicente Selistre, entre outras.


Durante seu discurso, Lula lembrou que a meta do governo é construir dois milhões de moradias até 2026, mas que ainda é pouco diante do déficit habitacional de cerca de sete milhões. O presidente reafirmou que é preciso “colocar o pobre no orçamento” e que o dinheiro precisa circular na mão da população para que as cidades possam de desenvolver. 


“É importante que a gente consiga popularizar a compreensão do que é economia no país”, disse. “Se tiver pouco dinheiro na mão de muitos significa progresso, distribuição de riqueza, aumento de consumo e elevar o padrão de participação das pessoas. É esse padrão que a gente precisa construir”, acrescentou. 


O investimento total no residencial entregue hoje foi de R$ 39,8 milhões, sendo R$ 37,6 milhões do governo federal e R$ 2,2 milhões de contrapartida do governo do estado, que apoiou a obra após o cronograma ser impactado pela pandemia de covid-19. As casas do residencial Viver Coometal vão atender famílias com renda mensal de até R$ 2.640 - a chamada Faixa 1.  


O empreendimento possui toda infraestrutura de água, esgoto, iluminação pública, energia elétrica, pavimentação e drenagem. Os beneficiários ainda terão acesso a transporte público, duas creches, duas escolas, um posto de saúde e um posto de segurança nas imediações. 


Entidades 

O empreendimento faz parte da modalidade Entidades do Minha Casa, Minha Vida. Ela permite que famílias organizadas de forma associativa por uma entidade  habilitada, como cooperativas e associações, construam suas unidades habitacionais. Segundo o presidente Lula, dos dois milhões de moradias que o governo quer construir, muitas poderão ser com entidades e cooperativas. 


“O que nós aprendemos é que as casas construídas por cooperativas e entidades têm se apresentado maiores que as casas construídas pelos empresários e com mais qualidade”, disse. “No começo, a gente tinha medo de dar casa para cooperativa fazer achando que não tinha competência. E, agora, depois desses anos, está provado que as cooperativas e entidades têm muita competência para gerenciar e para construir”, acrescentou Lula. 


O programa Minha Casa, Minha Vida foi retomado pelo governo federal em 14 de fevereiro e aprovado pelo Congresso Nacional em 13 de junho. A meta do governo é contratar dois milhões de novas unidades até 2026. Desde a retomada, o Ministério das Cidades já entregou 9.182 moradias. 


Depois de Viamão, Lula almoçou com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no Palácio Piratini, e, à tarde, visitou as novas instalações do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Com fala emocionada durante a inauguração dos novos blocos do o presidente da República reafirmou a importância do SUS para a oferta de uma saúde de qualidade para a população. Ele disse ser possível fazer, nas demais regiões do país, outros centros de excelência como o hospital universitário — vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) — que tem papel fundamental tanto para a educação quanto para a saúde pública.


"Quando a gente vem inaugurar dois blocos de um hospital que passa a ser o mais importante centro de excelência do país, a gente começa a perceber que um outro país é possível construir. Nós seremos do tamanho que a gente quiser ser e da qualidade que a gente quiser ser! Não há nada que impeça a gente de se transformar num país mais justo, mais rico e melhor", garantiu o presidente.


Lula se comoveu com o depoimento de uma estudante da UFRGS, beneficiada por políticas de inclusão criadas em seus governos. Destacou a importância do investimento em educação para a transformação social e disse estar disposto a fazer uma campanha mundial para acabar com a desigualdade no planeta. "Não é possível a gente conviver com desigualdade racial, de gênero, de comida, de salário, de oportunidades. Não é possível a gente não consertar o planeta terra. O pobre não pode ser tratado como um objeto", argumentou, com voz embargada.


DESCENTRALIZAR O ATENDIMENTO — Durante a cerimônia, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinou portarias que ampliam os recursos destinados à saúde no Rio Grande do Sul e fortalecem equipamentos públicos regionais. Juntas, as portarias 171 e 172 incorporam um repasse de quase R$ 180 milhões para ações de controle e tratamento do câncer.


"Nessas portarias assinadas, é muito importante reforçar que estamos apoiando uma visão de hospitais regionais e destinando recursos para oncologia nos hospitais de referência filantrópicos", detalhou a ministra. Segundo ela, saúde e educação trabalharão juntas para a reconstrução do país e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre é um modelo para esse processo. "Viva o SUS! E viva a educação inclusiva! A esperança voltou, assim como o trabalho de fortalecer o SUS".


Fonte: Com Agência Brasil