Spotify reforça medidas contra desinformação e discurso de ódio

15/06/2022 (Atualizado em 15/06/2022 | 12:36)

Foto: Reprodução
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Spotify, aplicativo de streaming de músicas e podcasts, anunciou a formação de conselho de segurança que irá fornecer informações sobre discurso de ódio, desinformação, extremismo e abuso online dentro da plataforma. As informações são da Folha de S. Paulo.

A medida é mais um reforço contra as práticas do Spotify para lidar com conteúdo prejudicial no serviço de streaming de áudio, após a reação no início deste ano sobre o “The Joe Rogan Experience“, na qual o podcaster foi acusado de espalhar desinformação sobre a Covid-19.

Os 18 especialistas, que incluem representantes do grupo de direitos civis Centro para Democracia e Tecnologia, de Washington, D.C., da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e do Instituto de Tecnologia e Sociedade, do Brasil, aconselharão a empresa no desenvolvimento de produtos e políticas e ideias sobre questões emergentes.

“A ideia é trazer esses especialistas de renome mundial, muitos dos quais estão nesse espaço há vários anos, para manter um relacionamento com eles”, disse Dustee Jenkins, chefe global de assuntos públicos do Spotify. “E para garantir que não falamos com eles quando já estamos no meio de um problema… Em vez disso, estamos nos reunindo com eles regularmente, para sermos muito mais proativos sobre como pensamos esses problemas em toda a empresa.”

O conselho é puramente consultivo por natureza, e o Spotify pode aceitar ou rejeitar suas sugestões. Ao contrário do conselho de supervisão do Facebook, que decide quais casos analisa, o Spotify apresentará questões para seu conselho considerar e fornecer feedback.

O mal das fake news

Não é de se estranhar a preocupação de empresas com a desinformação e discursos de ódio. Com o crescimento assustador da propagação desse material prejudicial à sociedade, os riscos das fake news ultrapassam as fronteiras da internet e podem até ser a causa de morte de uma pessoa.

Acha exagero? Pois foi exatamente a circulação de uma informação falsa que ceifoua vida de Daniel Picazo, um advogado que estava de férias em uma vila no México.

Propagação de fake news fez com que moradores assassinassem Daniel Picazo (Imagem: Internet)

Na última sexta-feira (10), o turista passeava quando um áudio sem origem e distribuído pelo WhatsApp dava conta de que um homem forasteiro estava no povoado raptando crianças. A narrativa fantasiosa dizia que um menino teria sido vítima de uma tentativa de rapto e dava a descrição genérica de quem seria o autor do suposto crime.

Os habitantes da pequenina Papatlazolco, furiosos com o áudio falso e sedentos por vingança, encontraram Picazo andando pelas ruas antigas da cidadela e o capturaram. Mesmo diante das negativas e explicações, os populares espancaram violentamente o homem e depois atearam fogo nele ainda vivo. Aqueles que mantinham um pingo de lucidez e tentaram salvá-lo, sem sucesso, ainda chamaram o serviço de resgate e a polícia, que não conseguiram chegar ao local, impedidos pela multidão ensandecida.

Segundo o diário mexicano El Universal, a polícia tenta agora identificar os autores do áudio mentiroso e os assassinos que espancaram e queimaram Picazo vivo.

Fonte: Socialismo Criativo