Inflação no Brasil deve ser maior do que em 83% dos países

19/10/2021 (Atualizado em 19/10/2021 | 12:21)

Foto: Reprodução
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De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a economia brasileira a economia brasileira deve encerrar este ano com uma inflação maior do que a de 83% dos países do mundo.

Os dados utilizados pelo estudo do Ibre foram colhidos do último relatório “World Economic Outlook”, elaborado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e divulgado na semana passada.

O FMI projeta para o Brasil uma inflação de 7,9%. No acumulado de 12 meses até setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 10,25%. Se a projeção se confirmar, o Brasil vai registrar uma inflação bem acima da apurada entre os países emergentes (5,8%) e também da média mundial (4,8%).

André Braz, pesquisador do Ibre, afirma: “o que agrava a situação do Brasil é a nossa moeda, que segue desvalorizando mais do que a média das outras divisas”.

A previsão do FMI para a inflação brasileira pode ser considerada conservadora. No relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, os analistas consultados estimam um IPCA de 8,69% para 2021. Nesse cenário, a alta de preços no Brasil supera a de 86% das nações.

O levantamento deixa evidente que a piora da inflação tem sido mais intensa no Brasil que no restante do mundo. No relatório de outubro do ano passado, por exemplo, a previsão era que a nossa economia teria uma inflação maior que a de 57% dos países. No relatório de abril, esse patamar subiu para 70%. E agora está em 83%.

Inflação é problema global

Quase todos os países passaram a lidar com uma alta de preços mais intensa neste ano.

Com a retomada da economia, depois de superada a fase mais aguda da pandemia, a cotação das commodities subiu e se somou ao desarranjo nas cadeias de produção – a crise sanitária paralisou ou reduziu a produção em muitos setores industriais. Essa interrupção provocou uma escassez de produtos, pressionando os custos em todo o mundo.

“O mundo está se recuperando mais rapidamente por causa dos estímulos fiscais adotados pelas grandes economias. São investimentos importantes para aquecer a atividade”, afirma Braz. “Mas o efeito colateral desse aquecimento rápido é uma busca muito grande por recursos de commodities, como petróleo e carvão.”

A piora do quadro inflacionário em todo o mundo fica evidente no aumento das projeções do FMI – entre os relatórios de outubro de 2020 e deste ano. Aqui, também fica claro que a disparada da inflação no Brasil foi mais intensa do que no restante dos países.

Fonte: Julinho Bittencourt para o Socialismo Criativo - Com informações do G1