* Por Diego Adam
Muito se fala na nossa democracia da importância da juventude na reconstrução do nosso país, e também das diversas lutas que ela teve ao longo dos anos.
Vemos sempre a juventude engajada em diversas pautas, muitas muito caras para a geração atual e para que ainda está por vir, mas será mesmo que ela é presença em todos os espaços da política?
Vivemos um tempo diferente de outros, e há muitas críticas de quem viveu em outra época que não tinha a força das redes sociais como tem hoje em dia. As redes deram voz a muitas pessoas que se sentiam silenciadas, em especial na juventude, mas ao mesmo tempo, esse ativismo nas redes prejudica a construção político-partidária, pois muitos jovens são ativos em seus pensamentos e suas ideias nas redes sociais, mas acham os partidos políticos algo chato e “fechado”, ou (o que não estão errados) lugar de pessoas de meia idade com muito “comando” e que pouco se vê jovens nos espaços de decisão, havendo uma centralização de poder entre esses entes.
No olhar dos dias atuais, vejo uma dificuldade muito grande de alguns partidos em se desenvolverem e construírem novas lideranças, pois hoje em dia, muito gira em torno de recursos ou projetos “estruturados” de lugares onde a concentração de capital já é grande. E nesse imbróglio todo, onde a periferia e os jovens que não carregam um sobrenome de peso ocupam?
É esse o ponto de reflexão, pois o percurso para a maior parte da juventude é muito árduo, geralmente sem muita estrutura dos partidos, e com falta de incentivo, onde muitos desmotivam ao longo do caminho por verem que o caminho das pedras é tortuoso. Vemos, também, juventudes do campo da extrema-esquerda muito engajadas, mas com um olhar diferente destes partidos, pois há incentivos financeiros e de engajamento para a militância, o que foram convertidos em diversos mandatos no último período, e na extrema-direita muito recurso de famílias abastardas e tradicionais que gera uma facilidade em fazerem a construção, aquela que passa de geração em geração. Da esquerda à direita tradicional se vê um pouco diferente, pois a criatividade nos processos é fundamental para o desenvolvimento dos projetos, sem tantos recursos quanto aos outros, e com uma forma de estruturação diferente, ao qual a forças das ideias tem que se sobressair de forma muito mais consolidada.
Mas o que fazermos para engajarmos a militância e os que estão querendo contribuir?
Mostrar que através da boa política podemos mudar o que está aí, diferente da forma de atuação de anos atrás (e que os mais “velhos” vejam isso e parem de críticas infundadas, e que em nada contribuem, e se somem a essa juventude dos dias atuais), que usem suas redes sociais como forma de engajamento para ampliarmos as lutas cada vez mais, e que de fato seja visto nas fotos futuramente uma juventude maior e mais significativa, de homens e mulheres jovens nos espaços de poder e decisão, pois a juventude de hoje deve ocupar esses lugares também, somando pensamentos “análogos” e os da era tecnológica, e não queiram só que a juventude “entregue” seus aprendizados contemporâneos de “mão beijada”.
Essa é uma forma de vermos o quão é difícil ser jovem na política, mas que ela tem um peso gigante na construção de uma sociedade muito mais justa, fraterna, mas acima de tudo, igualitária.
A juventude dos caras pintadas não é a mesma dos dias atuais, e por esse motivo temos que compreender as mudanças da política e das novas tecnologias, ampliando os debates para outros espaços, e também, em acompanhar a evolução que acontece na forma de militar.
Muitos ainda pensam que tem que estar se desdobrando em mil, de casa em casa, mas a tecnologia pode nos aproximar de uma forma tão ou mais engajadora que certas formas do passado, e nesse sentido, é só olharmos para o lado e nos perguntarmos: será que estamos fazendo o certo com tantas formas de nos comunicar hoje em dia, ou ainda estamos dormindo em “berço esplêndido” nas ideias do século passado?
Esses questionamentos servem para termos uma juventude de fato engajada, onde todos e todas contribuam para os processos, e não somente ocupem certos espaços, que talvez outros jovens pudessem acrescentar bem mais, pois sempre quem está na frente dos projetos é apontado, mas não se vê as dificuldades e os desgastes que os bastidores não explicitados geram.
Não é e nem nunca será fácil, sem tecnologia como no passado, ou na era tecnológica, mas como disse o saudoso Eduardo Campos, e deixou como aprendizado que perpassará gerações: Não vamos desistir do Brasil”, e muito menos desistiremos de termos uma juventude de fato representativa nas câmaras de vereadores, prefeituras e na câmara federal. Lutaremos sempre por ter vez e voz, e nos somamos aos mais antigos para somarmos forças e fazer uma nova política, aquela que constrói pontes, e não muros, uma política agregadora, solidária e que pense de fato em dar um futuro digno, próspero e de grandes evoluções para os municípios, estados e a nação ter jovens protagonistas do seu próprio futuro e de tantos outros e outras.
A juventude é “gigante pela própria natureza”, e “o teu futuro espelha essa grandeza”. Viva a juventude brasileira neste dia internacional da juventude!
*Secretário Estadual da Juventude
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