Por Ângela Machado*
O Dia Internacional da Mulher é uma data importante para lembrar as gerações que nos antecederam e lutaram pelos nossos direitos. Deixaram um grande legado. No entanto, há muito o que fazer em prol de outras lutas que surgiram ao longo da história. No contexto contemporâneo e recentemente da realidade da pandemia da covid-19, o número de mulheres afetadas por doenças emocionais e mentais se agravou. Essa realidade está presente no cotidiano feminino, com a dupla jornada de trabalho, a responsabilidade do desenvolvimento escolar dos filhos(as), o desemprego, o trabalho doméstico, a vida profissional e o cuidado com tudo, de todos e todas. E o autocuidado consigo mesma?
A importância deste olhar da Saúde para com as mulheres se faz necessário. Existe um contexto sociocultural sistêmico, que influencia nas escolhas, na descoberta de quem somos, e principalmente como acolher sua própria história e recomeçar. Como fica a psiquê das mulheres frente a tantas mudanças e cobranças? Sofrimentos silenciados, olhares profundos que pedem socorro, sorrisos disfarçados, ausência de esperança, estresse, medos e brilhos apagados, consequentemente, cedendo espaço para ansiedade e depressão. Estudos apontam que até 2030 essas doenças serão comuns e atingirão mais pessoas que qualquer outro problema de saúde. Que possamos lançar um olhar mais atento sobre questões tão relevantes como a nossa saúde mental e emocional. Ansiedade não é frescura, depressão não é bobagem. As mulheres são maravilhosas, mas Mulher Maravilha só existe na ficção.
* Pedagoga, Secretária de Mulheres/PSB São Leopoldo, terapeuta Holossistêmico/mestre em Reiki
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