“Alea iacta est”, mas não esqueçam de queimar os barcos.
Vivemos um momento impar para a história da democracia brasileira, esta tão posta à prova durante os anos, e mais precisamente nos últimos 90 dias.
Negacionistas, terraplanistas, alienados políticos, carentes psicóticos e uma infinidade outra de psicopatológicos fizeram coro a um Presidente que não honrou o cargo, os ritos e muito menos os votos que recebeu. E para fechar com chave de ouro fugiu para a América, deixando os seus a ver navios nas portas dos quartéis, estes esperando a volta do Messias, que nunca foi, nem nunca será. O tal Mito é somente um menino covarde e fujão.
Mas falando de navios, lembro do espanhol Hérnan Cortez, que ao chegar em terras mexicanas, mandou seus companheiros de viagem queimarem os três navios fundeados na baía. É disto que o País precisa para o ano que se inicia. Os navios são os meios que nos levam à conquista, mas podem trazer-nos de volta à nossa condição anterior. Queimá-los nada mais é do que eliminar a possibilidade de retroceder.
E a democracia, o Estado democrático de direito, o povo não tem mais esta possibilidade.
Júlio César, desafiando o Senado atravessou o rio Rubicão com a sua legião. A lei de Roma proibia qualquer pessoa de atravessar este rio com um exército. A atitude de Júlio César violava a lei e lançava um desafio mortal ao Senado.
No ato Júlio Cesar proferiu a famosa frase. Alea jacta est.
Os dados foram lançados, os navios todos queimados, a democracia venceu. Que guardemos 2022. Que não esqueçamos de nada, que façamos justiça. E que o novo governo renove em cada um o senso que todos somos, apesar das diferenças, cidadãos brasileiros, e merecedores de respeito.
Diego Specht, presidente do PSB de São Leopoldo
Fonte: Jornal VS