PSB gaúcho elogia decisão nacional contra a Reforma da Previdência

09/07/2019 (Atualizado em 09/07/2019 | 14:50)

O Partido Socialista Brasileiro fechou questão contra o substitutivo à PEC 06/2019, da Reforma da Previdência, aprovado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados na semana passada. A decisão aconteceu na noite de segunda-feira (8), durante reunião nacional em Brasília. "Essa proposta continua penalizando fortemente a população mais pobre", destacou o líder do partido na bancada nacional, deputado Tadeu Alencar (PSB-PE).

Com apenas um voto contrário e uma abstenção, a decisão do Diretório Nacional do Partido orienta os deputados e senadores a votarem contra a matéria nas duas Casas. Em abril, os socialistas já haviam fechado questão contra o texto da Reforma enviado pelo Governo e, na resolução aprovada, o partido considera que a proposta votada pela comissão "diminuirá o poder de compra desta parcela da população".

"O ministro Paulo Guedes quer economizar em 10 anos R$ 700 bilhões tirando isso dos trabalhadores que ganham até R$ 1,4 mil. O partido é contra. Queremos que esses recursos fiquem na economia e não sejam retirados dos trabalhadores”, explicou o presidente do PSB do Rio Grande do Sul, Mário Bruck, que participou da reunião em Brasília.

A resolução destaca que o substitutivo "tem caráter eminentemente recessivo e, portanto, inadequado para se cumprir a promessa de geração de empregos – o que, por sua vez, também compromete a sustentabilidade da Previdência". "Nós da oposição não temos apenas responsabilidade fiscal, temos também responsabilidade social. E essa reforma da previdência impedirá milhões de brasileiros a se aposentarem", afirmou o Líder da Minoria na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

Vice-presidente nacional da sigla, o gaúcho Beto Albuquerque declarou que “muito me honra estar aqui na reunião do Diretório Nacional do PSB e defender o fechamento de questão contra esta reforma da Previdência que amplia renúncias tributárias para os mais ricos e manda os trabalhadores e trabalhadoras trabalhar até os 65 anos e contribuir até 40 anos para ganhar um salário mínimo na aposentadoria”.

Durante o evento, os deputados federais Heitor Schuch (RS), Aliel Machado (PR) e Lídice da Mata (BA) foram parabenizados pela forte atuação na Comissão Especial da reforma. Schuch destacou os profissionais da segurança e policiais. "Na comissão votamos 'sim' para o destaque em favor dessas classes, mas fomos derrotados pela base do Governo e a briga agora será no Plenário", desafiou o parlamentar gaúcho.

O Plenário da Câmara dos Deputados começou a discutir a proposta de reforma da Previdência (PEC 6/19) nesta terça-feira (9), em sessões pela manhã, e permanece na atividade até quinta-feira (11).

Leia a íntegra da resolução:

"Considerando que uma Previdência Social sustentável e justa precisa, ao mesmo tempo, buscar equilibrar suas contas e garantir acesso a benefícios capazes de garantir uma vida digna aos segurados;

Considerando que, por esta razão, o PSB sempre defendeu ajustes progressivos na Previdência Social brasileira que procurassem conjugar responsabilidade fiscal com responsabilidade social;

Considerando que constitui princípio programático do PSB lutar pelos interesses de todos os que vivem do próprio trabalho, inclusive o direito de aposentar-se com dignidade e de proteger sua família em razão deste trabalho;

Considerando que, nos termos do Substitutivo à PEC 06/2019, aprovado na Comissão Especial no dia 05/07, a atual proposta de Reforma da Previdência imporá medidas cruéis aos trabalhadores mais sofridos e às classes médias de nosso país;

Considerando que, nos termos atuais, a proposta diminuirá o poder de compra desta parcela da população e provocará impactos negativos sobre o consumo, além de ter caráter eminentemente recessivo e, portanto, inadequado para se cumprir a promessa de geração de empregos – o que, por sua vez, também compromete a sustentabilidade da Previdência;

Considerando que, por estas razões, se aprovada, a PEC 06/2019 agravará o principal problema brasileiro, que é a acintosa desigualdade que se verifica entre os brasileiros;

O Diretório Nacional resolve: Fechar questão contra a PEC 06/2019."

Fonte: Comunicação/PSB nacional