Para desespero de Bolsonaro, caso ‘Micheques’ ganha mais um capítulo

17/06/2021 (Atualizado em 17/06/2021 | 18:01)

Foto: Evaristo Sá | AFP
Foto: Evaristo Sá | AFP

A decisão do decano Marco Aurélio Mello de levar ao plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) o caso dos cheques de Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro abre caminho para mais uma temporada de constrangimentos tanto para o Palácio do Planalto quanto para a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Enquanto estiver aberto, o julgamento que começa no dia 25 oferecerá ao público duas lembranças. A primeira: Michelle Bolsonaro recebeu 89 mil reais de um investigado por corrupção, diretamente na conta bancária. A famosa pergunta, formulada pelo repórter Daniel Gulino, do jornal O Globo, ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), será resgatada nas redes: “Presidente, por que Queiroz depositou 89 mil reais na conta da primeira-dama Michelle?”

A outra lembrança, mais desgastante para a PGR, claro, será sobre a decisão de sequer investigar o caso. Como o advogado recorreu da decisão de Augusto Aras de arquivar o tema e o STF considerou que há elementos para julgar o pedido, as velhas acusações de suposta blindagem ao presidente voltarão às redes.

Com isso, o caso Queiroz terá uma nova temporada pela frente.

Advogado recorreu da decisão de arquivamento do caso

Em maio, o advogado Ricardo Bretanha Schmidt recorreu da decisão de Marco Aurélio Mello que determinou o arquivamento do pedido de investigação sobre os depósitos de Fabrício Queiroz na conta de Michelle Bolsonaro.

Os cheques de Queiroz para a primeira-dama foram revelados em agosto de 2020. Ao arquivar o caso, Marco Aurélio seguiu Augusto Aras, que disse não ver indícios mínimos de infração penal por parte de Bolsonaro.

Aras queria vaga no STF

Ao rejeitar a notícia-crime que pedia investigação sobre o envolvimento de Bolsonaro no caso dos R$ 89 mil em cheques de Fabrício Queiroz para Michelle Bolsonaro, Augusto Aras tentou ganhar musculatura na disputa por vaga no STF.

Marco Aurélio Mello se aposenta em julho. Bolsonaro deve bater o martelo na segunda quinzena de junho, e o favorito ainda é o advogado-geral da União, André Mendonça, que tem o apoio da bancada evangélica.


Fonte: por: Mariane Del Rei / Socialismo Criativo com informações da Revista Veja e O Antagonista