Alto Feliz: moranguinho impulsiona nova atividade

17/06/2021 (Atualizado em 12/08/2021 | 14:31)

divulgação PMAF
divulgação PMAF

Agricultura familiar:

A raiz do desenvolvimento!

Você produz, todos nós colhemos!

 

O vermelho do moranguinho que mudou a vida para melhor

 

      Houve um tempo em que, e foi assim por muito tempo mesmo, que a uva era a única fonte de renda da família Andres, de Santo Antônio. Mas hoje, quem chega na propriedade se depara com fileiras de estufas cobrindo a íngreme encosta ao lado da casa.

      Dali saem centenas de quilos de moranguinho todos os anos, e graças à frutinha vermelha, Marcelo, 39 anos, e sua irmã Seloi, 41, deixaram o emprego numa empresa de Arroio do Ouro.

       Fizeram o caminho inverso de muitos ao apostarem seus futuros na terra onde nasceram. E com muita convicção, pois viram que estavam dando um passo seguro ao optarem pela produção rural.

       Tudo começou lá por volta de 2010, quando Marcelo plantou 60 mudinhas de morango, ’só para a família comer-, conforme lembra. Nada de tecnologia. As plantas cresceram a céu aberto mesmo, mas elas produziram bem, ele se empolgou e ergueu a primeira estufa, onde abrigou 300 mudas.

       Com mais produção, foi preciso vender, e isso de porta em porta, primeiro em Santo Antônio mesmo, mas logo a clientela ultrapassou a divisa municipal. Hoje, são cinco estufas, das quais três em produção, a maior delas com 52 metros de comprimento.

       A diversificação produtiva também fez a família produzir suco de uva, pão e bolacha, também vendidos de porta em porta. Na realidade, a primeira experiência com outra cultura foi com o tomate. ’O pai foi o primeiro a plantar algo aqui que ninguém tinha-, recorda Marcelo. Deu tão bem que deu até para construir a casa. Seu Armando faleceu poucos anos atrás e uma vida inteira, ele e a esposa, Clarinda, cuidaram da parreira. Trabalharam muito mas este legado teve herdeiros.

        Nos primeiros tempos, Marcelo cuidava dos morangos quando voltava do trabalho e nos finais de semana. Porém, com a produção em alta, teve que decidir entre seguir dividindo o tempo entre a fábrica e o cultivo de morango, mas sem possibilidade de crescer, ou abraçar de vez a produção da fruta. Pediu demissão do emprego, assim como a irmã Seloi, empregada junto com o marido, Alexandre, por 7 anos. Marcelo fez o percurso até Arroio do Ouro por 12 anos, e acabou se dando conta que boa parte do salário era gasto no deslocamento. 

       Hoje, o negócio é mantido por uma bem-sucedida parceria familiar, e a torcida é para que os dois filhos do casal, Tainara e Eduardo, façam a sonhada sucessão familiar. ’Estamos fazendo as estufas para que eles continuem-, torcem os pais.

      Atentos, os Andres são um bom exemplo de consciência ambiental. A família investiu um bom capital na compra de caixas d’água. A chuva que cai sobre o telhado das estufas, especialmente da maior delas, vai para as caixas, e com ela é feita a irrigação por gotejamento, além de outras utilidades. Eles compreendem que a água tratada que a Prefeitura leva na propriedade deles e de outras famílias não deve ser gasta para outros fins que não o consumo humano.

Fonte: PMAF