Marcelão critica governos federal e estadual e alerta: virou moda atacar sindicalistas

10/01/2020 (Atualizado em 16/01/2020 | 17:52)

A quinta entrevista com secretários estaduais de órgãos estatutários do PSB é com um nome bem conhecido pelos socialistas. Marcelo Freitas, o Marcelão, oriundo do sapateiros do Vale do Sinos, está à frente do Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB). Ele critica a postura do governo estadual e federal. Acompanhe:


PSB - Qual foi o principal desafio do movimento em 2019? E para 2020?

Marcelão – A grande dificuldade enfrentada no ano de 2019 e prevista para 2020 se concentra inicialmente nos governos Federal e Estadual, que em conjunto têm adotado diversas medidas para o enxugamento do sindicato, alijando sua estrutura em todos os sentidos. Outros setores da sociedade, em especial os detentores do capital e rentistas, também têm contribuído com esta política de ataque ao sindicato, a sindicalistas e a trabalhadores. É preciso que tenhamos ainda mais força, união e capacitação neste momento de dificuldade para que possamos em conjunto crescer como um todo.

 

PSB - E como está a estrutura do segmento atualmente? 

Marcelão – Está em pleno vapor! Inclusive, só em 2019, foram realizados pelo menos 12 eventos com a participação de diversos movimentos. Todos estes, com ampla participação e repercussão. Sentimos que podemos muito mais e vamos trabalhar para isso! Em um tempo onde os movimentos estão sendo diretamente atacados, é nosso dever, enquanto cidadãos, defendermos e levantarmos as bandeiras da justiça social, direitos humanos e dignidade.

 

PSB - Vivemos um momento de muitos retrocessos. Como os sindicalistas socialistas podem contribuir para que o campo progressista não perca espaço?

Marcelão – O campo progressista, indiscutivelmente, vem perdendo espaço para a “bestialização”, “damarização” e desinformação, marcados pela onda da “mitimania”. A ala democrática deve se unir contra essas forças para poder reestruturar o crescimento real do país e devolver o poder de compra ao cidadão, com índices de pleno emprego, desenvolvendo para melhor a experiência já vivida neste sentido.

O governo Eduardo Leite, que se elegeu com um discurso pacificador, elaborando propostas milagrosas para o orçamento, vem agora arrochando ainda mais a estrutura estatal e comprometendo a saúde financeira do Rio Grande do Sul, com os mesmos velhos erros da cartilha rentista elaborada pelos detentores do capital.

 

PSB- Como atrair mais sindicalistas para a política?

 Marcelão – É fundamental trazer para o campo político os sindicalistas e em especial os sindicalizados! É a força dos sindicalizados que trará mais corpo político e representatividade aos sindicalistas que os representa. Temos uma atuação muito séria e exitosa na formação política dos sindicatos e sindicalizados, ampliando suas participações nos debates e eventos. Acreditamos que, através de formação política e encontros, este movimento pode ser ainda mais desenvolvido.

 

PSB - Ainda há preconceito quanto a sindicalistas na política? Se há, como combater isso?

Marcelão – Virou moda atacar esquerdistas e sindicalistas. Somos agredidos até pelas pessoas beneficiadas pelas nossas conquistas enquanto sindicalistas. Precisamos inverter esta lógica e mostrar a importância da sindicalização para os trabalhadores, de modo geral!

Fonte: Comunicação/PSB RS